Esses são os 6 piores filmes de terror dos anos 90

Conheça os 6 filmes de terror dos anos 90 que prometeram assustar, mas viraram fiascos absolutos entre crítica e público.

A década de 1990 foi marcada por verdadeiras joias do cinema de terror. Clássicos como O Sexto Sentido, Pânico e A Bruxa de Blair definiram uma nova linguagem para o gênero, mesclando horror psicológico com sátira, found footage e tensão realista. Mas onde há luz, há sombra — e os anos 90 também deram origem a algumas das maiores aberrações cinematográficas do terror. Filmes que prometiam arrepios, mas entregaram risadas involuntárias, roteiros absurdos e atuações desastrosas.

Neste artigo, revisitamos os 6 piores filmes de terror dos anos 1990, aqueles que se tornaram exemplos de como o gênero pode sair completamente dos trilhos. Alguns viraram cults pela ruindade; outros foram esquecidos por um bom motivo. Prepare-se para reviver (ou descobrir) o lado mais trash da década que tentou reinventar o medo — e às vezes acabou virando piada.

O auge do terror nos anos 90 — e seus tropeços bizarros

Os anos 90 foram um período de transição para o terror. Saindo do excesso gore e sobrenatural dos anos 80, o gênero buscava novas fórmulas para assustar uma audiência cada vez mais cética. Foi a década da metalinguagem, do humor negro e dos plots psicológicos. No entanto, nesse mesmo caldeirão criativo, surgiram produções que não souberam equilibrar inovação com coerência — e acabaram caindo no ridículo.

Seja por efeitos especiais datados, enredos risíveis ou atuações caricatas, os filmes desta lista têm algo em comum: eles falharam miseravelmente em causar medo. E pior — em muitos casos, tentaram ser levados a sério. Vamos à lista do terror… mas não pelo motivo certo.

Por que alguns filmes dão tão errado? Elementos do fracasso no horror

Antes de mergulharmos nos títulos, vale entender por que tantos filmes de terror acabam dando errado. O gênero é, por natureza, sensível à atmosfera, timing e envolvimento emocional. Quando há falhas em roteiro, direção ou efeitos visuais, a suspensão da descrença se quebra — e o medo dá lugar ao constrangimento. Nos anos 90, com o surgimento de novas tecnologias e o declínio de certos estúdios especializados em terror, muitos filmes foram produzidos com pouco orçamento, pressa e roteiros sem revisão.

Além disso, a tentativa de misturar comédia e horror sem domínio do tom gerou aberrações cinematográficas que beiram o surreal. E é justamente isso que torna os filmes abaixo tão infames — e, para alguns, tão divertidamente ruins.

1 – “Leprechaun” (1993) — o duende assassino que virou meme

Com uma premissa que já beira o cômico — um duende assassino sedento por vingança porque roubaram seu pote de ouro — Leprechaun é o tipo de filme que jamais deveria ter sido levado a sério. Estrelado por Warwick Davis e com a estreia de Jennifer Aniston nos cinemas, o longa é repleto de diálogos ridículos, mortes cartunescas e um vilão que parece saído de um sketch do Saturday Night Live.

Apesar de sua qualidade questionável, o filme foi um inesperado sucesso comercial, gerando nada menos que sete sequências, incluindo aventuras no espaço e no gueto. É o exemplo clássico de um filme tão ruim que se recusa a morrer — literalmente.

2 – “Troll 2” (1990) — tão ruim que virou cult

Apesar do título, Troll 2 não tem nada a ver com o primeiro Troll. Na verdade, nem há trolls no filme — os vilões são goblins vegetarianos que transformam humanos em plantas para devorá-los. O roteiro é um desastre completo, repleto de diálogos desconexos, atuações amadoras e efeitos que fariam vergonha a um teatro escolar.

O filme foi dirigido por Claudio Fragasso, que não falava inglês fluentemente e dirigia atores americanos com um roteiro mal traduzido. O resultado? Uma obra-prima do cinema trash. Hoje, Troll 2 é cultuado como “o pior filme já feito”, com exibições especiais, documentário próprio (Best Worst Movie) e uma base fiel de fãs que amam odiá-lo.

3 – “Idle Hands” (1999) — a mão possuída que só assustou pela vergonha alheia

Tentando embarcar na onda do horror cômico adolescente, Idle Hands apresenta a história de um jovem preguiçoso cuja mão é possuída por um espírito demoníaco. A premissa absurda poderia render uma comédia divertida, mas o filme falha em todos os aspectos: o humor é forçado, o terror é inexistente e os personagens são caricaturas de si mesmos.

Mesmo com nomes como Jessica Alba e Seth Green no elenco, Idle Hands foi um fracasso retumbante de crítica e bilheteria. Virou símbolo de um fim de década cansado, que já não sabia mais como reinventar o horror jovem. Um filme que, ironicamente, faz você querer arrancar sua própria mão para não assistir até o fim.

4 – “The Mangler” (1995) — Stephen King e a máquina de lavar assassina

Nem o nome de Stephen King salvou essa tragédia cinematográfica. The Mangler é baseado em um conto curto do autor e gira em torno de uma máquina industrial de lavanderia que se torna possuída por uma entidade demoníaca. Sim, você leu certo: uma lavadora assassina.

Com direção de Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica) e Robert Englund no elenco (o eterno Freddy Krueger), o filme parecia ter tudo para funcionar. Mas a execução é tão absurda que beira o risível. Os diálogos são risíveis, os efeitos são datados até para a época, e o clima é tão exagerado que parece paródia. Um raro caso em que a ideia já era ruim no papel — e ficou ainda pior na tela.

5 – “Jack Frost” (1997) — um boneco de neve assassino (não é piada)

Talvez o mais bizarro desta lista, Jack Frost conta a história de um serial killer que morre em um acidente químico e renasce como… um boneco de neve homicida. A criatura assassina mata suas vítimas com cenouras, bolas de neve e piadas de duplo sentido. O tom do filme oscila entre o trash intencional e a tentativa de parecer assustador — e falha nos dois.

Ainda assim, o filme ganhou uma sequência ainda mais insana, Jack Frost 2: Revenge of the Mutant Killer Snowman, que leva o monstro para uma ilha tropical (!). Um clássico instantâneo do “tão ruim que é bom” — ou só péssimo mesmo, dependendo da sua paciência.

6 – “Children of the Corn V” (1998) — a franquia que esqueceu como assustar

Baseado no conto de Stephen King, Children of the Corn teve um primeiro filme relativamente respeitável nos anos 1980, mas suas continuações foram ladeira abaixo. No quinto capítulo da série, lançado diretamente em vídeo, a narrativa é tão genérica que parece ter sido feita com um gerador automático de roteiro.

A ambientação genérica, os atores genéricos, os sustos genéricos… tudo em Children of the Corn V soa como uma tentativa preguiçosa de manter viva uma franquia que já deveria ter sido enterrada. Um verdadeiro estudo de caso sobre como o excesso de sequências pode matar o que antes tinha potencial.

Quando o terror vira comédia (e fracasso)

Os anos 1990 foram uma montanha-russa para o cinema de terror. Entre reinvenções brilhantes e fracassos retumbantes, o período nos deixou uma herança rica — e, por vezes, hilária. Os filmes desta lista mostram como o terror pode sair dos trilhos, virar piada involuntária e ainda assim marcar época.

Seja por nostalgia, curiosidade mórbida ou desejo de rir do absurdo, essas obras continuam vivas no imaginário pop. Afinal, às vezes o maior susto é perceber o tempo que você perdeu assistindo um filme ruim. Mas tudo bem — rir também faz parte da experiência do horror.

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